segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Aula 01 - Normas, Procedimentos e Instruções de trabalho

Figura 01 - Todos devem conhecer
as normas de segurança.
O ativo mais importante das Empresas são as Pessoas. Foi esta convicção que levou o Professor. Sinésio Gomes a adotar juntamente com alunos uma organização preventiva e assumir a responsabilidade e garantia de incorporar ações preventivas no conjunto das suas atividades em todos os níveis hierárquicos. Tudo isso dentro do quadro normativo estabelecido pela Lei de Prevenção de Riscos Profissionais.
Todos os envolvidos no trabalho devem conhecer as normas básicas de Segurança que devem ser observadas, a fim de evitar ou controlar os riscos derivados dos trabalhos que realizam.
Todo o pessoal seja qual for o seu cargo, será responsável pela observância das instruções de Segurança, cujo conhecimento e cumprimento é obrigatório.
As condições de segurança e o controle dos riscos no trabalho, têm prioridade absoluta sobre quaisquer outras considerações.
O professor entende que a não observação das normas de segurança como uma infração, sem exceções nem atenuantes por razões de produtividade, urgência dos trabalhos ou custos, que será sancionada de acordo com o Regimento da Escolar e Manual do Aluno.
Figura 02 - Todos devem assumir
responsabilidades para o bom trabalho.
O futuro trabalhador deve conhecer perfeitamente o manuseio das ferramentas que utiliza e as normas de segurança que devem ser observadas para a realização dos trabalhos que lhe sejam atribuídos.

  1. PREVENÇÃO: Todos nós devemos adotar uma mentalidade preventiva: prevenir antes que remediar.
  2. RESPONSABILIDADE: Todos nós devemos conhecer os nossos direitos e obrigações em matéria de prevenção.
  3. PARTICIPAÇÃO: Todos nós devemos ser informados e consultados sobre aqueles aspectos que afetem a segurança no trabalho.
Tudo isto será feito através da implementação e aplicação de uma Permissão de Trabalho que contém a Análise Preliminar de Riscos Profissionais, Procedimentos de Trabalho Sequência de Atividades além da escolha de Ferramentas e Equipamentos Aplicáveis.

A - Avaliação dos riscos e plano de prevenção
Figura 03 - Análise preliminar de risco.
Através da Análise Preliminar de riscos, a empresa procura analisar todos os trabalhos, identificar os riscos existentes, determinar se podem ser eliminados de algum modo e, se tal não for possível, estabelecer as medidas a adotar para controlar tais riscos, reduzindo a possibilidade de se concretizarem e diminuindo a gravidade das suas consequências.
Em primeiro lugar, é fundamental na hora de tratar qualquer tipo de tarefas estabelecer uma forma de classificar uma tarefa como perigosa ou não. Uma vez identificadas as tarefas consideradas perigosas, podemos abordar o controle das mesmas através de métodos de trabalho apropriados e da supervisão da aplicação desses métodos.
Tarefas perigosas são identificadas em função de um ou vários fatores, foram identificadas uma série de tarefas perigosas que estão relacionadas, principalmente, com o risco elétrico, o risco de queda de altura, os riscos decorrentes da movimentação mecânica de cargas, o risco de soterramento e o risco de queimadura. 
Figura 04 - Risco Elétrico

B - Tarefas com Risco Elétrico
Trabalhos com risco elétrico: alguns casos exige-se que o responsável pela prevenção seja Autorizado ou Qualificado conforme NR10. Trabalhos em tensão elétrica ou Trabalhos na proximidade de tensão elétrica. Acesso aos recintos de serviço e envolventes de material elétrico (centrais, subestações, centros de transformação, salas de controle, etc...). Movimentação ou deslocamento de equipamentos ou materiais na proximidade de linhas aéreas, subterrâneas ou de outras instalações.
Os principais perigos relacionados com a eletricidade são os decorrentes dos possíveis contatos com a mesma, e podem ser: Contatos Diretos:são aqueles contatos de pessoas com partes de materiais e equipamentos que normalmente estão em tensão (cabos, barras de distribuição ...). Contatos Indiretos: são aqueles contatos de pessoas com massas colocadas acidentalmente sob tensão, entendendo-se por massa o conjunto de partes metálicas de um equipamento ou instalação que geralmente estão isoladas das zonas ativas ou em tensão.

C - Medidas de Prevenção e Proteção do Riscos Elétricos
Figura 05 - Norma Regulamentadora 10.
As medidas informativas são aquelas que, de algum modo, previnem a existência do risco. Podem ser: Normativas: consiste em estabelecer normas operacionais, de carácter especifico para cada trabalho ou gerais, coordenadas com as restantes medidas informativas. Podem ser pessoais ou gerais.
Instrutivas: consiste na formação dos operários que trabalham com riscos eléctricos sobre o uso correto dos equipamentos e ferramentas utilizadas e sobre o significado da simbologia e sinalização. Sinalização: consiste na colocação de sinais de proibição, precaução ou informação nos locais apropriados. Identificação e detecção: consiste na identificação e verificação de tensões nas instalações eléctricas antes de operar nas mesmas.
Medidas de proteção Individuais. Neste grupo incluem-se as luvas isolantes, capacetes isolantes, plataformas e tapetes isolantes, varas de manobra e de salvamento, calçado isolante, etc. Todos estes equipamentos devem cumprir as exigências essenciais de segurança e saúde e, conseqüentemente, possuir o selo certificado de aprovação - CA.
Medidas de proteção da Instalação. Baseadas nos seguintes princípios: Disposição que impeça que a corrente elétrica atravesse o corpo humano. Limitação da corrente que poderia atravessar o corpo humano a uma intensidade não perigosa. Separação por distância ou afastamento das partes ativas. Interposição de obstáculos e barreiras. Revestimento ou isolamento das partes ativas.
Todos trabalhos onde está envolvido a presença de eletricidade de ser realizado conforme norma regulamentadora NR-10.

D - Medidas de Proteção Individual
Figura 06 - Equipamentos de Proteção Individual.
A proteção individual constitui a última barreira existente entre o risco e o trabalhador e a última técnica a utilizar face aos riscos profissionais.
Antes de recorrer à utilização de um Equipamento de Proteção Individual, devem-se avaliar os riscos e adotar as medidas de segurança adequadas, utilizando proteções colectivas destinadas a evitar o risco. Nos casos em que isso não seja possível, utiliza-se como último recurso a proteção individual que, muitas vezes, pode ser um complemento à proteção colectiva.
Devemos ter presente que: Os equipamentos de proteção individual não eliminam o risco nem evitam os acidentes, mas minimizam as consequências que estes possam causar.
EPI's - Protetores da Cabeça: Capacete. Ouvidos: Tampões, Orelheiras. Olhos: Óculos, Viseiras faciais. Vias Respiratórias: Máscaras. Braços e Mãos: Luvas. Pés e Pernas: Botas, Polainas. Tronco e Abdómen; Cintas, Aventais. 
Temos também os  EPC's. Protetores de Barreira tipo Cremes. Protectores Anti-queda: Cinturões, e  Roupa de Proteção Específica.

E - Riscos por Trabalhos em Instalações Elétricas de Alta Tensão
Figura 07 - Regras de Ouro para Proteção Individual.
No caso dos trabalhos desenvolvidos nas instalações com tensão elétrica, as medidas de segurança devem ser reforçadas, tanto do ponto de vista informativo como de proteção, pois o risco é bem maior e, portanto, maior a probabilidade de sofrer um acidente grave.
Assim, serão de cumprimento obrigatório as "Cinco Regras de Ouro", sendo igualmente obrigatórias em baixa tensão as três primeiras e aconselháveis as duas últimas.
REGRA Nº 1: Abertura com corte visível das fontes de tensão. Sempre que o modelo dos elementos de corte não permita a percepção visual do mesmo, serão dotados de dispositivos que garantam o corte efetivo.
Figura 08 - Plaquetas para bloqueio
REGRA Nº 2: Impedimento ou bloqueio dos aparelhos de corte na posição de abertura, utilizando mecanismos que impeçam o acionamento de tais elementos de corte por pessoal não autorizado, e sinalização dos mesmos com a indicação de perigo e proibição de uso. Caso não seja possível o bloqueio, será imprescindível colocar sinalização de advertência de perigo e de proibição de uso.
REGRA Nº 3: Verificação da ausência de tensão em todos os condutores que penetrem na área de trabalho. Antes e depois da operação, é obrigatório certificar-se do correto funcionamento do medidor. Para realizar a verificação da ausência de tensão, a instalação será considerada em tensão, pelo que, obrigatoriamente, o operário que a realiza, deve utilizar, sempre e simultaneamente, dois dos três elementos de segurança seguintes: Vara isolante. Luvas isolantes. Banco ou tapete isolante. Todos estes equipamentos devidamente certificados para a tensão da instalação.
REGRA Nº 4: Ligação à terra e colocação em curto-circuito de todos os condutores descarregados que penetrem na área de trabalho. No caso de utilizar seccionadores de terra fixos, deve-se verificar que as suas lâminas ficam fechadas. Se não se dispuser de pontos fixos, deve-se garantir o bom contato da hastede terra.
REGRA Nº 5: Delimitação da área de trabalho através da colocação da sinalização de segurança regulamentar e da instalação de barreiras previstas para tal.

F - Organização de ferramentas e do posto de trabalho
Figura 09 - Ferramentas Organizadas no posto de trabalho
A execução das instalações elétricas, como de resto a realização de qualquer instalação ou montagem, depende muito do ferramental empregado e de como o mesmo é utilizado. 
Instrumentos e ferramentas adequadas ao serviço que se está realizando facilitam o trabalho e dão correção e segurança ao mesmo. 
Com ferramentas adequadas ao serviço, ganha-se tempo, executa-se a tarefa dentro do melhor padrão e despende-se menos energia. 
Com arrumação e limpeza adequadas nos locais ou zonas de trabalho, pode ser eliminado um grande número de condições de insegurança, origem de múltiplos acidentes, contribuindo para a segurança no trabalho pelo efeito psicológico exercido sobre os trabalhadores. 
Arrumação significa um local adequado para cada coisa. Cada coisa deve estar no local designado.

G - Riscos Ergonômicos e Medidas de Proteção
Figura 09 - Exercícios de alongamentos
Uma postura estática incorreta, mantida muito tempo na posição de sentado, deve ser corrigida imediatamente, já que será a causa de diversas alterações na coluna vertebral, dores cervicais e, às vezes, insuficiência arterial periférica. Por isso, é conveniente realizar uma série de exercícios de relaxamento com base na zona do corpo mais cansada, sem qualquer periodicidade e realizando-os no momento em que o próprio trabalhador achar oportuno.
Quanto à sala de trabalho: As paredes devem ser de cores claras. As lâmpadas devem ser equipadas com difusores de luz. A iluminação geral deve ter intensidade de 150 - 300 lux. O ruído ambiental para o trabalho normal deve ser inferior a 65 - 70 dB e para o trabalho que exige concentração mental inferior a 55 dB. A temperatura seca deve ser de 19º - 24º e a humidade de 40% - 70%.
Quanto ao posto individual de trabalho: A distância visual ótima será de 45 - 55 cm. O ângulo visual será de 10º - 20º em relação à horizontal. O porta-cópias estará à mesma altura que o tela. O teclado estará a uma altura do chão de 60 - 75 cm e não deverá ser colocado no bordo da mesa, e sim deixando 10 - 15 cm para apoiar o punho. O assento será de cinco pés com encosto regulável. A altura do assento regulável será de 38 - 48 cm. O assento terá 40 cm de fundo. O ângulo dos braços será de 90º e o ângulo das pernas superior a 90 º. O apoio dos pés será regulável em altura.

H - Riscos Psicossociais e Medidas de Proteção
Figura 10 - Postura e distâncias ótimas para trabalho.
Entendendo por saúde um "estado de equilíbrio físico, psíquico e social", resulta na evidente necessidade de considerar os aspectos psicossociais do trabalho não apenas como fatores de risco em relação aos quais devemos atuar para evitar consequências negativas na saúde, mas também como via de potenciação das questões positivas para a saúde dos trabalhadores, tais como o bem-estar e a satisfação no trabalho.
São muitos os fatores psicossociais de risco e, apesar de todos eles estarem relacionados entre si, podemos realizar a seguinte classificação:
Fatores ligados à tarefa: oportunidade para desenvolver as habilidades próprias, monotonia, repetitividade, grau de autonomia, controle sobre as pausas e sobre o ritmo de trabalho, pressão de tempos (relação entre o volume de trabalho e o tempo disponível), interrupções nas tarefas, trabalho emocional (atendimento a utilizadores, público e clientes), trabalho cognitivo (que exige grande esforço intelectual), trabalho sensorial (que exige esforço dos sentidos), etc.
Figura 11 - Organização das atividades para trabalhos.
Fatores ligados à organização do tempo de trabalho: duração e distribuição dos tempos no horário de trabalho, trabalho noturno e por turnos, pausas formais e informais, etc.
Fatores ligados à estrutura da organização: apoio social de colegas e superiores hierárquicos, quantidade e qualidade das relações sociais no trabalho, sistemas de participação, práticas de formação e informação, controle do status (estabilidade profissional, mudanças, perspectivas de promoção, tarefas de acordo com a qualificação), estima (respeito e reconhecimento), apoio adequado, trato justo, salário, etc.

Folha com Exercícios de Alogamentos está disponíveis em: 16_06_012 OP_00 Alongar SRG .
Folha com modelo de Permissão para o Trabalho está disponíveis em: 15_08_000 FIT - Permissão para o Trabalho .

© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 10/07/2016.

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